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Alternativas da Educação

Pedidos deslocados

Teoricamente, deveríamos aprender a nomear nossos sentimentos e emoções e depois de elaborar tudo, devolver pro mundo um produto mais sofisticado, mais civilizado, mais de acordo com a paz e a harmonia que tanto queremos ver entre as pessoas.

Mas normalmente isso não acontece. A maioria de nós fomos ensinados a “engolir o choro”, “bater de volta”, “ignorar”, “fazer piada da situação” ou “ser forte”. Crescemos com essa inabilidade de ler nosso padrão mental e emocional e, consequentemente, temos dificuldade em entender as demandas infantis sob essa ótica.

O que chamamos de birra, manha, drama, manipulação, desafio, desobediência, agressividade, hiperatividade e falta de educação, pode ser, na verdade, um pedido deslocado de ajuda, uma maneira torta de chamar a atenção. Crianças e adultos querem ser vistos, percebidos, mesmo que isso seja feito através de um “mau comportamento”.

Os pedidos deslocados vão nos acompanhando pela vida adulta, se não tratarmos de passar por uma educação emocional.

Às vezes, queremos pedir um simples abraço, mas armamos uma briga. Às vezes não nos sentimos reconhecidos e apreciados, queremos pedir um olhar compreensivo e não julgador, mas tratamos de criticar tudo e todos. Às vezes estamos inseguros, mas para não sermos machucados, passamos sempre a imagem de que não precisamos de nada.

Mas onde se ensina a coerência entre o sentimento e a ação? Normalmente, apanhamos da vida um bocado até nos tornarmos autodidatas no beabá da cartilha emocional. Muitos de nós não saem nunca desse nível básico. E criamos nossos filhos no mesmo molde.

Estamos vendo uma explosão de intolerância, ódio, indiferença. Quero crer que são reflexos dessa falta de auto-percepção. Quando não queremos nos enxergar, fica difícil enxergar o serzinho carente de amor e atenção que está diante de nós. E também fica mais complicado olhar para fora do nosso umbigo e cultivar mais empatia.

Amar um filho também envolve enxergar a criança que ainda somos. Ter ouvidos para perceber quais desejos essa criança guarda dentro de si. E ter a coragem de tentar suprir essa criança do que não recebemos.

Viver é achar conforto no desconforto

Fui fazer Yoga com o objetivo de preparar meu corpo para o tão sonhado parto normal/natural. Na turma (foto) fiz amizades maravilhosas e fui alertada de que poderia acabar numa cesárea desnecessária se não mudasse de médico. Foi lá também que aprendi algo que levo pra vida inteira: encontrar o conforto no desconforto.

Explico: engana-se quem pensa que Yoga é uma “modalidade light” de atividade física. Numa sociedade obcecada pela magreza (especialmente a magreza feminina) as atividades mais contemplativas acabam sendo preteridas em favor de esportes mais vigorosos, que prometem queima calórica recorde.

Eu só me rendi à Yoga porque eu queria, em primeiro lugar, acalmar minha mente frenética. E percebi que uma mente mais tranquila influenciaria diretamente na minha alimentação e ganho de peso durante a gravidez. Também descobri que Yoga não era nada da “moleza” que eu, do alto da minha ignorância, pensava que era. Trata-se de uma série de exercícios que exigem muito do corpo e do espírito.

E a maior lição foi essa: no meio das posturas quase impossíveis, achar aquele lugarzinho, cujo esforço não é nem sobre-humano e nem pequeno demais. Encontrar o espaço que separa a desistência da persistência, a linha fina entre o desistir e o prosseguir… e ficar ali, respirando, encontrando e buscando novamente meu próprio eixo.

Isso foi muito útil pra mim no parto, um dos momentos mais intensos e desafiantes da minha vida. Eu estava ali, parindo não só minha filha, mas a mim mesma e sentindo uma dor nunca antes experimentada. A lembrança do conforto no desconforto me salvou em muitos momentos naquelas quase 40 horas de espera.

Anos depois de dar à luz, me vejo novamente nessa prática, reaprendendo a encontrar meu eixo, porque sinto que minha identidade vem sendo lapidada e reconstruída a partir da maternidade. E mais uma vez, me encontro nessa busca do conforto no desconforto, levando para os desafios do cotidiano essa sabedoria de entender que a vida às vezes dói, mas que também no meio da dor existe muita alegria e superação. #alternativasdaeducacao #confortonodesconforto #yogaparagestantes #yogaparagestante #yogainspiration #yogatherapy

Os piores conselhos que você pode dar a uma mulher

Nós, mulheres, passamos pela vida recebendo os mais diversos tipos de conselhos, mensagens e advertências.

Não importa a idade, os tiros vêm de todos os lados: pessoas “bem intencionadas”, filmes, televisão, redes sociais, revistas, livros… Aposto que você já ouviu alguma dessas frases:

Texto novo na coluna Juicy Santos!

Você já encontrou sua turma?

Mais um texto pra Juicy Santos, sobre as maravilhas das amizades de infância que surgem na vida adulta! Veja aqui!

O mês da mulher acabou. E o que nós ganhamos?

Escrevi um texto pro Juicy Santos sobre o 8 de março e as melhores formas de homenagear uma mulher neste mês e em todos os dias do ano. Veja lá!

O peixe

Nas últimas férias, nadávamos eu e a filha, quando ouvimos um estalido forte, perto de nós, na beira da praia.

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“Crianças Dinamarquesas”: educando com empatia e alegria

Desde 1973 o povo dinamarquês é considerado o mais feliz do mundo e tem uma forma peculiar de criar os filhos, baseada na empatia e na não violência. Mas isso não significa superproteção e falta de limites.

Estive no lançamento do livro “Crianças Dinamarquesas”, da psicoterapeuta Iben Dissing Sandahl e da escritora americana Jessica Joelle Alexander, na Livraria Cultura, semana passada, em São Paulo. Sandahl aposta na empatia, na liberdade e na troca de sentimentos para construir uma relação mais humana com os filhos, sem deixar de lado as regras e a disciplina.

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10 dicas para educar com amor e limites

No mundo da educação, dois discursos coexistem e brigam entre si, mas para mim são igualmente verdadeiros. O primeiro: estamos criando nossos filhos com uma permissividade nociva, que vai se mostrar catastrófica no passar dos anos. O segundo: não podemos mais repetir o autoritarismo e a violência com que fomos tratados, porque isso vai gerar seres inseguros e despreparados para os desafios de um mundo em constante mutação.

Para a escritora, palestrante e educadora parental Elisama Santos, o único caminho para uma educação não violenta, que também ensine limites é o acolhimento das emoções, principalmente as nossas emoções. Elisama acredita que, quando não acolhemos o que sentimos, acabamos apelando para gritos, chantagens, ameaças, manipulações e por fim, violência física contra a criança, considerada crime no Brasil. Um tapinha na mão ou um aperto forte no braço, considerados medidas disciplinares legítimas há 20 ou 30 anos, hoje não cabem mais no repertório de uma educação respeitosa.

Elisama liderou o II Worshop de Educação Não Violenta, realizado na última semana, em São Paulo, na Casa de Viver e falou para pais e mães ávidos por uma nova orientação equilibrada em relação à disciplina, já que o modelo com que fomos educados não se sustenta mais.

Para resumir o conteúdo riquíssimo do Workshop, vou listar 10 das melhores dicas da Elisama para criar nossos filhos com limites firmes e gentis.

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A Educação na arena: um outro olhar

Um dos maiores TEDx de todos os tempos aconteceu em agosto, aqui no Brasil. Sediado na arena Allianz Parque, em São Paulo, organizado por mais de 400 voluntários, para mais de 8 mil pessoas e patrocinado por um gigantesco grupo educacional, foi também transmitido ao vivo no Facebook. Durante um dia inteiro, cerca de 45 palestrantes, apresentadores e artistas mostraram a necessidade de exercitarmos um outro olhar sobre a Educação no Brasil: um olhar mais humano, abrangente, solidário e diverso.

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